sábado, 4 de junho de 2016

O MESTRE DANDO PROVAS PARA UM CÉTICO


  Era muito comum caravaneiros, estudantes, colaboradores e simpatizantes da Cultura racional, levarem amigos e parentes no Retiro e muitas vezes na presença do Mestre na tentativa de ajudar estas pessoas.
  Um grande conferencista e amigo do Mestre levou um amigo empresário no Retiro aquela noite. Era uma noite de alegria, todos no varandão juntamente
com os plantonistas e mais alguns visitantes ouviam o Mestre contando os casos antigos quando começou a Cultura Racional, seus amigos de adolescência, parte de sua infância, etc.
  Contava o Mestre sobre o que já fazia quando jovem e no tempo de músico, causava espanto e admiração em todos, pois, desde criança falava com muita desenvoltura sobre o passado, sobre os movimentos sociais do presente e suas previsões do futuro sempre ocorriam.
  Desmiuçava os fatos, a noite silenciara, o cintilar das estrelas era apenas um brilho a mirar na direção do varandão com os olhares arregalados das aves noturnas na porta de suas tocas que ignoravam os gafanhotos suculentos próximos de seus pés prontos para serem servidos como jantar. Todos escutavam atentamente, até os pássaros que ficavam na varanda e cantavam a noite se calaram. Naquela madrugada só uma musicalidade que não precisava de acompanhamento, apenas a voz do Mestre transmitia toda harmonia, bem afinada dispensando qualquer instrumento, a natureza emudecera literalmente. Nem as respirações e as batidas de nossos corações pareciam existir, só uma nota, apenas o som perfeito e majestoso roubava todo o cenário.
  -Não acredito em nada do que o Sr. está dizendo, tudo isso é mentira, fala o amigo do conferencista destruindo aquela atmosfera de paz, de harmonia inigualável. Os curiós das gaiolas se batem, os sabiás assobiam, até as corujas dispensam o jantar e voam espantadas com a interrupção da voz Universal. Já se podia ouvir as respirações e batidas dos corações. Tudo parecia desabar, como trovoada os pensamentos voltam a nos lapidar dentro desta natureza elétrica e magnética.
  -Fulano eu vou te dar uma prova de tudo isso que eu falei, fala o Mestre, apenas isso e se cala.
  O conferencista se despede e vai embora com o amigo (se eu não estou enganado morava em um apartamento em outro estado).
  Quando a pessoa que desmentiu o Mestre chega a seu apartamento encontra o Mestre lá dentro em pé e olhando fixamente para ele. O homem cético se espanta, sem saber direito o que falar, sem saber como o Mestre havia entrado, diz:
   -Porque o Sr. não avisou que viria, eu teria preparado uma recepção.
   -Fulano eu vim para te dar uma prova, eu falei que iria te provar, fala o Mestre.
   Diante do descrente o Mestre o cumprimenta com um salve e vai sumindo lentamente, começando pelos pés e sobrando apenas a mão direita e da palma da mão sai uma luz forte brilhante e que depois de alguns segundos some também.
  O homem fica literalmente apavorado, em pânico e começa a gritar sem parar, não conseguia parar de gritar. Os Vizinhos pensam que o mesmo tinha enlouquecido, levam o homem para o médico. Ao ser examinado, o médico diz para os vizinhos que ele não tem nada, estava apenas com uma forte emoção, receitou um calmante leve e o liberou.
  O homem voltou pouco tempo depois no retiro, pediu desculpas ao Mestre e o fato foi narrado no jornal Racional que tinha no Retiro todos os domingos para o deleite de todos os presentes.
Salve todos.
Ubirajara Pisão.

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