sábado, 4 de junho de 2016

CAVALEIRO CORAJOSO

















Quando divulgávamos a Cultura Racional, nem sonhávamos com computador ou computação gráfica.
Fazíamos tudo de forma bem artesanal e com a boa vontade dos estudantes dos livros Universo Em Desencanto.
Eu e mais alguns estudantes, dedicados divulgadores, divulgávamos muito em letreiros feitos a mão em paredes no Rio de Janeiro: muros, viadutos, paredes de lojas, de residências, etc.
  E Em todas elas, sempre acontecia algo de especial, algo de Racional, para abreviar detalhes, em uma delas, pintava um grande muro pertencente a uma borracharia em São João de Meriti, RJ.
  Pintamos a capa do livro e alguns dizeres. Quase não conseguimos fazer a pintura, pos o dono do local, apesar de não ser leitor, conhecia o Mestre MJC (coincidência) do tempo das cavalgadas em Jacarepaguá RJ, pos o mesmo gostava de cavalos e era amigo do Mestre. Disse pra gente: “_Este livro é do Sr. MJC e vocês são amigos deles, então, vocês são meus amigos, vamos conversar, eu tenho muita coisa pra falar.     
  Deixou-nos fartos de tanto refrigerante e sanduíches, toda hora nos trazia sanduíches e refrigerantes, não sabia como nos agradar e nos contou duas histórias marcantes que uma vai ser narrada agora de forma abreviada: Ele dizia: “_Sr. Manoel, tinha uma coragem que nós cavaleiros, nunca tínhamos vistos, nos achávamos que ele não era desse mundo, ele era diferente, nos protegia, arrumava nossas vidas (financeiramente) e fazia coisas inacreditáveis. Quando vínhamos montados de Jacarepaguá até Belford Roxo, tínhamos que passar por vários morros e precipícios (naquela época não tinha tantas favelas no RJ) e existia um caminho de um morro que só dava passagem para um cavalo de cada vez, nós passávamos por ali para cortar caminho, ficava em Jacarepaguá, só que todos os cavaleiros passavam desmontados puxando o cavalo, pos um pequeno erro, seria fatal, a passagem era muito estreita e se o cavalo tropeçasse por um centímetro, à morte era certa, cairiam no precipício cavalo e cavaleiro. E lá estávamos próximo à morte com os corações batendo fortes, os cavalos tentando recuar com medo sem querer ir adiante e o Mestre com o seu belo animal montado na beirada do precipício, sorrindo, dizendo para irmos enfrente que nada nos ia acontecer. Todos passavam com muito cuidado, com medo e desmontado e o Mestre Brincava, sempre sorrindo e nos levando adiante. Este fato era comentado por todos os cavaleiros do RJ, desde Jacarepaguá, Serrinha, Belford Roxo, etc. Ele era o único cavaleiro no RJ que tinha a coragem de passar montado naquele precipício, vocês tinham que ver, para saber como era perigoso o lugar.”
  E fomos pintando o letreiro, comendo sanduíches, tomando refrigerantes e ouvindo histórias maravilhosas dos Cavaleiros amigos do Mestre.
Salve todos.
Ubirajara Pisão

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